Estava ministrando uma palestra para alunos do primeiro ano da formação da Escola Clínica e os provocava a respeito de viverem com menos e se isso poderia ser libertador. A pergunta que surgira era como poderiam dividir as despesas entre sócios afetivos (casais). Se deveria ser de maneira igual, independente da renda de cada um, ou proporcional a renda ou ainda somar e dividir tudo junto, contas separadas.

Minha sugestão foi adequarem o estilo de vida a partir da menor renda da dupla, ou seja, se um ganha 1 e o outro 5, ao invés de 6, que estabelecessem um fluxo de despesas de 2, cada um entrando com 1. Um dos argumentos é de que desta forma, ambos teriam no dia a dia, a mesma “potência”. Um não seria dependente do outro e como consequência, sobrariam recursos o que geraria possibilidades, realizar sonhos ou mesmo reduzir a jornada de trabalho. Lembrei no momento de um documentário sugerido por uma aluna, sobre Minimalismo:

Não como uma sugestão de modelo de vida, mas como ilustração dos sentimentos daquelas pessoas em seus relatos no filme como leveza, liberdade, simplicidade e autenticidade.

Eles lembraram de um comentário meu em encontros passados, dizendo que deveríamos gastar no máximo metade do que ganhamos, isso mexeu com eles. Talvez tivessem nas suas fórmulas, guardar o equivalente ao dízimo ou no máximo 20%, mas metade? E agora eu dizia que deveriam viver com menos ainda?

Recebi um e-mail de uma aluna com uma indagação depois da palestra, ela entendia que uma vida mais simples poderia gerar mais liberdade, mas colocava em cheque o sonhar e perguntava: “Devemos ter menos sonhos? Assim não teremos grandes ambições e não precisaremos de muito para viver? E seremos mais livres?

Aproveito este texto e respondo para ela, ao contrário, menos compromissos fixos, permitem realizar mais sonhos, existirá mais tempo disponível, menos compromissos e haverá mais proximidade com a essência de cada um.

Exceto se confundirmos sonho com consumo ou ambição por dinheiro, aí talvez dê a impressão de que uma vida com o que é importante (o Ser), encontre algumas restrição no (Ter).

Já parou para escrever alguns dos seus sonhos mais íntimos? Aqueles que quase não temos coragem de revelar mas que são muito significativos para nós?
Usualmente precisamos de mais coragem do que dinheiro para realizarmos.

Um abraço e até o próximo!

Fabiano